segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Entrevista

Jorge Adriani
Ator desde 1993, também é Sócio/fundador, ator e produtor artístico da Associação Teatral Joana Gajuru. Tem formação técnica de ator pela ETA - UFAL. Conheça um pouco do grupo, do espetáculo e as expectativas para a 3ª edição do Festival de Teatro de Alagoas.

FESTAL: Há quanto tempo existe a Cia?
JORGE:
22 anos

F: Como é que vocês definem a cia? O que é conceitualmente, artisticamente?
J:
A Associação Teatral Joana Gajuru é um grupo que vem ao longo do tempo desenvolvendo trabalhos que retratam o regional e o popular. Sempre voltado a pesquisas e promovendo intercâmbios entre profissionais da cadeia artística, locais e nacionais, para trazer resultados e promover trocas de conhecimentos. A Gajuru hoje, se define como um grupo pioneiro, que enxergou na cultura popular, através do teatro de rua e palco, a forma de expressar nossos contos, causos e literatura. O grupo conseguiu obter o reconhecimento no circuito nacional de Teatro, como um grupo que tem identidade no teatro popular e regional, resgatando e levantando valores que levam o público a se divertir e repensar sobre suas raízes e problemáticas.

F: E como é que é o processo criativo de vocês?
J:
Nosso processo sempre foi através de nossas inquietações que nos levaram a pesquisas, sempre conduzidas por mãos, de verdadeiros maestros do teatro. Com integrantes criativos multidisciplinares e aberto a doar suas habilidades e se entregar no processo para chegar ao objetivo desejado. Nossa base de formação corporal, vocal e expressiva, vem do nosso Guerreiro, da nossa homenageada, mestra Joana Gajuru. É brincando nas danças e músicas do Guerreiro que chegamos aos nossos tônus, corporal e vocal. Ele vem com suas melodias e batidas que nos aquece e nos dar possibilidades de desenvolver o nosso fazer criativo.

F: Fala para gente sobre seu espetáculo.
J:
O Bem me quer, é um espetáculo que nasce de nossa necessidade de dar continuidade do nosso fazer, teatro. Sem fundos financeiros para investir, ousamos a fazer um espetáculo totalmente autoral. Com texto, direção e música de Reginaldo Meneses, o único integrante do grupo que tem passagem em todo repertório do grupo. Passou por todos os processos, contribuiu e trousse resultados fantásticos. Não há momento mais oportuno de homenagear esse grande artista do Gajuru e do teatro Alagoano, a orquestrar esse espetáculo. É um espetáculo que retrata a realidade nua e crua de pessoas que vivem nas ruas, com seus conflitos e abandonos, demonstrando uma força e uma resistência que os levam a sobreviver nessa selva de preconceitos e impiedades. São transeuntes invisíveis, que no senso comum, passam desapercebidos. Mas são pessoas que tem sonhos, sentimentos fome e frio. Que buscam nas ruas a realidade de uma verdade que ninguém imagina.

F: Para você qual a importância do FESTAL na cena alagoana?
J:
O FESTAL vem com uma responsabilidade muito grande, que é dar a força e a pulsação para não esmorecer a arte de fazer o Teatro das Alagoas, em um cenário de verdadeiro descaso. Uma iniciativa inteligente que faz com que os grupos se unam para fazer esse projeto ter continuidade, que é o grande desafio. Mas vem a cada ano se fortalecendo. É bonito de se ver todos envolvidos, dando sua parcela de tempo pelo Teatro, é um momento que merece aplausos de pé e gritos “BRAVO, BRAVO, BRAVO”. Parabéns a todos(as) que fazem o Festal, que venha novas edições, que venham novos grupos a encabeçar o projeto, que os demais grupos ratifiquem essa iniciativa com sua presença e participação. O FESTAL é nosso.

F: Qual a expectativa acerca de sua participação no FESTAL 2017?
J:
Como ator, de dar o meu melhor, como grupo de contribuir e soma em todos as edições e como plateia, me divertir e dar apoio aos colegas do teatro, que fazem essa arte com amor e muita responsabilidade com a qualidade.
O FESTAL vem para mostrar aos governantes que com união, organização e profissionalismo se faz Teatro de qualidade neste Estado.
Parabéns!
 

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