sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Confira a lista dos espetáculos selecionados para o IV Festal - Contação de Histórias

O Festival de Artes Cênicas de Alagoas, Festal, em sua 4ª edição, tem a honra de apresentar a relação dos 15 grupos selecionados para integrar a programação de 2018, que será realizada entre os dias 17 e 24 de outubro, com espetáculos gratuitos, no Centro de Maceió. O Festal contará com manifestações artísticas de palhaçaria, contação de histórias, dança, performance e teatro.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS:
LINETE MATIAS
Linete Matiascontadora de histórias há mais de 15 anos, apresenta Encantados das Águas, resultado do Edital Microprojetos Rio São Francisco – 2013, do Ministério da Cultura. Durante este ano, Linete Matias ouviu e registrou cinquenta histórias, que estão em seu livro relatório Encantados das Águas. No espetáculo, ela deixa se levar pela memória, permitindo que as histórias ouvidas e sua própria memória de ribeirinha sejam apresentadas ao público sem um repertório definido, se aproximando ao máximo de uma narração na porta de casa, espontânea e mais tradicional. Mércia Maria compõe a produção do espetáculo.

CIA A CAMBADA

Com o espetáculo A Mala, a Cia A Cambada já percorreu várias cidades alagoanas a exemplo de Delmiro Gouveia, Maceió, fez turnê no Rio de Janeiro e São Paulo. A mala traz a oralidade nordestina, como seus cantos e contos, a sua devoção, buscando resgatar a cultura que está se perdendo com o grande avanço tecnológico ao brincar e contar histórias. Os personagens viajantes trazem consigo suas maletas, que é a representação física de sua mente, de dentro delas vem as histórias, cantos, devoção. A direção é de Éric Pascoal; texto de Alex Silva, Allef Willams, Antonielle Santos, Elizabeth Lorenzzo, Éric Pascoal e Luciano Tenório; produção de Lia Bernardes e Antonielle Santos; e os viajantes são Alexandre Nascimento, Elizabeth Lorenzzo e Éric Pascoal.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Confira a lista dos espetáculos selecionados para o IV Festal - Circo

O Festival de Artes Cênicas de Alagoas, Festal, em sua 4ª edição, tem a honra de apresentar a relação dos 15 grupos selecionados para integrar a programação de 2018, que será realizada entre os dias 17 e 24 de outubro, com espetáculos gratuitos, no Centro de Maceió. O Festal contará com manifestações artísticas de palhaçaria, contação de histórias, dança, performance e teatro.
PALHAÇARIA:
CLOWNS DE QUINTA

O grupo Clowns de Quinta, fundado em 2012, vem pesquisando e desenvolvendo projetos sobre a palhaçaria e comédia. O espetáculo que a trupe traz para o 4 Festal é Palhaçaria de Improviso. Nele, quatro jogadores, sendo três palhaços e um palhaço mestre realizam cenas de improviso, que convidam a plateia a se divertir e interagir propondo temas para cada jogo. No elenco, estão David Oliveira, Nathaly Pereira, Romário Steven e Wanderlândia Melo. A produção é de Elaine Lima e Jessé Batista fica responsável com a parte técnica.
JULIETA ZARZA
Julieta Zarza é intérprete criadora de grande produção autoral Argentina, dirige, cria, atua e coreografa espetáculos de circo e palhaçaria há 20 anos. Mini Cabaré Tanguero é o que Julieta Zarza apresenta neste festival. Se trata de um fabuloso e variado Cabaré Porteño, no qual os espectadores mais exigentes poderão contemplar o melhor da dança e da música Rio-Platense. Seria tudo formidável, não fosse um pequeno porém: uma mulher excêntrica pode aparecer e atrapalhar a cena. Um solo, onde manipulação, mágica, humor e panaquice surpreendem e emocionam a cada instante. Julieta Zarza assina a criação, interpretação e direção. José Regino é assistente de direção. 

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Confira a lista dos espetáculos selecionados para o IV Festal - Dança



O Festival de Artes Cênicas de Alagoas, Festal, em sua 4ª edição, tem a honra de apresentar a relação dos 15 grupos selecionados para integrar a programação de 2018, que será realizada entre os dias 17 e 24 de outubro, com espetáculos gratuitos, no Centro de Maceió. O Festal contará com manifestações artísticas de palhaçaria, contação de histórias, dança, performance e teatro.
DANÇA:
JESSÉ BATISTA/ CÓDIGO 8

Jessé Batista assina Código 8 Coletivo.  Ele é b.boy, intérprete criador, dançarino e professor de dança, formado como Técnico de Dança pela Escola Técnica de Artes –UFAL, graduando Licenciatura em Dança na mesma universidade, já passou por diferentes cidades participando de festivais em Paraíba, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Para, Santa Catarina e Distrito Federal. Integrou projetos como Nuvens Enraizadas com a Cia dos Pés (contemplado com o prêmio Funarte Artes na Rua); colaborou em pesquisas e processos coreográficos com LabMov – Laboratório de Movimento - grupo de extensão da Escola Técnica de Artes; fez parte do projeto Gesto, idealizado e realizado pelo Sesc Alagoas; criador e integrante do Código 8 Coletivo de Dança. Em 2013, iniciou pesquisa solo em dança, criando seu primeiro trabalho intitulado como Encenações Urbanas e em seguida criando R.A.L.E (Realidade Apropriada Libera Evidência), que foi premiado pelo FICA – Fomento de Incentivo à Cultura Alagoana – Premio Diogo Silvestre 2016.
 R.A.L.E trata de um corpo preado por um sentido político que desfavorece um terço da imensa população brasileira, não é a questão de permanecer e pertencer aquele lugar e sim de ser tratado como apenas um mero corpo. Um corpo construído como um dispêndio de energia muscular, em meio a ruas, avenidas, becos, vielas, subidas, decidas, em uma cidade desigual, a qual um dos maiores desafios é se sustentar perante o seu próprio corpo. A criação, pesquisa e a dança são de autoria de Jessé Batista, a assistência de direção e a iluminação ficam com Sara Lessa e tem colaboração artística de Valéria Nunes e Marcos Mattos

KAMILLA MESQUITA OLIVEIRA

Bailarina e Docente do Curso de Licenciatura em Dança da UFAL, com atuação nas disciplinas voltadas para as pesquisas em práticas e técnicas de dança com ênfase na técnica Klauss Vianna; processos criativos em dança e composição coreográfica. Doutora em Artes da Cena; Mestre em Artes Cênicas e Graduada em Dança pela UNICAMP, Kamilla Mesquita Oliveira vem ao Festal com o espetáculo Medusa ao Reverso, que com um simples olhar é capaz de transmutar em pedra inerte qualquer ser vivente. Neste trabalho, os seres míticos de pedra da escultora francesa Camille Claudel – sereias, ninfas, parcas, górgonas, deusas, um panteão de deidades – em contato com o olhar de Kamilla transmutam-se em movimento. A criação e interpretação são de autoria de Kamilla Mesquita, direção e iluminação de Jessé Batista, produção de Sara Lessa e colaboração artística de Jussara Miller e Igor Capelatto.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Confira a lista dos espetáculos selecionados para o IV Festal - Teatro


O Festival de Artes Cênicas de Alagoas, Festal, em sua 4ª edição, tem a honra de apresentar a relação dos 15 grupos selecionados para integrar a programação de 2018, que será realizada entre os dias 17 e 24 de outubro, com espetáculos gratuitos, no Centro de Maceió. O Festal contará com manifestações artísticas de palhaçaria, contação de histórias, dança, performance e teatro.

TEATRO:
COMPANHIA ARTÍSTICA LACASA (CIA LACASA)



A Companhia Artística LaCasa foi fundada em novembro de 2016 por um grupo de artistas experientes que fizeram parte de outras companhias alagoanas de teatro: Grupo Joana Gajuru, Cia Fulanos I’Sicranos, Associação Teatral das Alagoas. Abides de Oliveira, um dos fundadores do grupo Joana Gajuru, no qual desenvolveu um trabalho em teatro até dezembro de 2015, e diretor e responsável pela dramaturgia dos espetáculos A Mulher Braba e Negreiros; Ane Oliva ex-integrante do grupo Joana Gajuru, é atriz e socióloga, responsável pelo figurino dos espetáculos A Mulher Braba e Negreiros e mantém, na Vila ABC, o Instituto Eu Mundaú; Gama Júnior, músico e compositor alagoano, diretor musical de A Mulher Braba e de Negreiros; Tereza Gonzaga, atriz, fundadora e ex-integrante do grupo Joana Gajuru, no qual foi destaque no espetáculo A Farinhada; Fátima Farias é atriz, iluminadora e diretora de teatro; e Gi Silva, ator e músico e vocalista da Banda RaizKanoa.
A companhia alagoana apresenta no Festal seu segundo espetáculo teatral, Negreiros, que traz para o palco temas abolição e escravidão. O que aconteceu com os libertos após 13 de maio de 1888? O que o Brasil fez com eles? Assunto ainda atual no século 21, é preciso abordar essa questão. É necessário falar sobre ser negro em um país de maioria negra, mas de minorias negras. A política brasileira do século 19, época da Lei da Abolição no país, não é tão diferente da atual. Preconceito, perseguição, esquecimento... A relação opressor e oprimido é colocada em cena. Mágoas, lutas, superação e enfrentamento para a construção de um ser humano melhor, mais respeitado e reconhecido. Negreiros tem direção de Fátima Farias e Abides Oliveira, texto de Abides Oliveira, o elenco é composto por Gi Silva e Abides Oliveira, a direção musical de Gama Júnior e a trilha musical feita por Gama Júnior, Abides Oliveira e Gi Silva.
ATO REFLEXO COMPANHIA DE TEATRO


A Ato Reflexo Companhia de Teatro surgiu no cenário teatral alagoano em 2004 por iniciativa de atores arapiraquenses estimulados pelos festivais de teatro locais e por iniciativas de fomento a cultura no município de Arapiraca. Além dos espetáculos, a Ato Reflexo também realiza oficinas de teatro, circo e musicalização, performances circenses em eventos, escolas e instituições públicas e privadas.
Bailarete, a bailarina barbada, o primeiro espetáculo totalmente autoral, conta a história de uma bailarina que tem um forte desejo em viver dançando, mas por causa da sua barba é rejeitada em vários lugares. O espetáculo traz à tona uma reflexão sobre a formação das identidades, a tolerância, as diferenças e a realização de sonhos. A peça engloba vários elementos como o teatro, o circo, a música e o ballet clássico, Bailarete, a bailarina barbada é interpretado por Paulo Cândido, que além de ator também é violinista, malabarista, palhaço e aluno de ballet há cinco anos. O texto e a direção são de autoria do mesmo.






TEATRO DA POESIA


O Teatro da Poesia surgiu em 2015, a partir da junção de dois alunos da Escola Técnica de Artes da Universidade Federal de Alagoas: Jadir Pereira e Louryne Simões. A cia pretende investigar como a poesia se estabelece no teatro; o que caracteriza um teatro poético? Para isso, busca utilizar recursos que unam estas duas artes, poetizando o teatro e teatralizando a poesia, investigando o que é o poético e como ele se traduz para a linguagem teatral, explorando a criação de cenas poéticas a partir do texto literário, a leitura dramatizada, a performance e a improvisação a partir dos jogos cênicos, a criação de um corpo poético e a exploração dos silêncios. Os que vêm de longe, espetáculo apresentado pelo grupo no Festal, conta a travessia de cinco refugiados: o palestino Abbah, o sírio Faruk, a congolesa Gina, a colombiana Lola e a sudanesa Sunamita. Fugindo da guerra, da violência, da fome e da morte, esses estrangeiros se encontram no mesmo barco, dividindo suas memórias, dores e esperanças, enquanto derivam rumo a novas fronteiras. A direção é de Jadir Pereira, texto de Jadir Pereira, Jamerson Soares e Louryne Simões O elenco conta com Aldine de Souza, Camila Moranelo, Jamerson Soares, John Fortunato e Louryne Simões.

COMPANHIA TEATRAL MESTRES DA GRAÇA

A Companhia Teatral Mestres da Graça surgiu em 2006 ainda com o nome GTAPI – Grupo de Teatro Amador de Palmeira dos Índios, a partir de uma fusão de atores de vários grupos diferentes (grupo de teatro oásis, grupo de teatro yamarache e candeeiro).  Atualmente, a companhia é ponto de cultura reconhecida pelo Programa Cultura Viva, do ministério da Cultura. Firmou convênio com a Secretaria de Estado da Cultura para execução do projeto Diálogos Culturais, que visa realizar três cursos de iniciação de teatro, música e dança, além de oficinas de interlocução entre as distintas áreas como forma de preparação dos jovens para a atuação e iniciação ao mercado cultural como escolas municipais, estaduais e instituições.
A Cia chega ao Festal com Baile do Menino Deus, um auto de Natal escrito por Ronaldo Correia de Brito e Francisco Assis Lima, com músicas de Antônio Madureira. Em vez de papais-noéis, renas e trenós, o musical leva ao palco figuras típicas da cultura popular nordestina, como o Mateus, o Jaraguá, o bumba meu boi e os caboclinhos, embalados por canções originais, inspiradas nos ritmos e nas tradições da região. A história se passa com os brincantes como personagens que seguem de casa em casa e um palhaço, Mateus, conduzindo a narrativa. Na peça, o Natal não valoriza as compras nem a comilança, mas elege, como foco principal, o Menino Deus e o que ele representa, como símbolo do renascimento e da esperança.
ASSOCIAÇÃO TEATRAL JOANA GAJURU

Fundada em 1995, a Associação Teatral Joana Gajuru é um grupo pioneiro em teatro de rua em Alagoas. O nome faz uma homenagem à primeira mestra de Guerreiro, folguedo de Alagoas, Maria Joana da Conceição, a Joana Gajuru. O grupo foi fundado por oito atores, parte deles recém-formados pelo Curso de Formação do Ator da Universidade Federal de Alagoas e outra parte de uma oficina de teatro de rua ministrada pelo grupo Imbuaça-SE, em Maceió. Nesses 23 anos de existência, o Joana Gajuru se tornou referência no teatro de rua em Alagoas, acumulando prêmios e reconhecimento por seu trabalho em âmbito local e nacional. Em suas montagens, o grupo preza pelo uso dos elementos da cultura popular.
Baldroca acontece na pequena Lajinha, Mané Fulô enfrentará o valentão Targino para proteger a honra de sua amada, Maria das Dores. Mas para conseguir vencer o inimigo, ele terá a ajuda do curandeiro do lugar. Na montagem, o grupo passa pela experiência de um processo colaborativo. O texto é escrito durante todo o processo, com a colaboração do grupo e do diretor. Improvisações, estudos da obra do autor, pesquisa de elementos afro-brasileiros e religiosos, musicalidade, danças, entre outros trabalhos, são desenvolvidos. Tudo é levado à cena e a dramaturgia. A direção é de Lindolfo Amara, adaptação de Abides de Oliveira do conto Corpo Fechado de João Guimarães Rosa, a assistência de direção ficou com Eris Maximiano e Waneska Pimentel e a preparação corporal com Glauber Xavier e Nani Moreno.
COLETIVO HETEAÇÃ



É um grupo de teatro de Maceió, existente desde 2013. Sua criação foi motivada pelo desejo em desenvolver uma prática coletiva que possibilitasse a experimentação de manifestações cênicas na rua e em espaços alternativos dialogando com diversas linguagens. Há Lagoanas, que será encenada no Festal, é uma fábula que recria o nascimento da Lagoa através do cotidiano e da memória de mulheres que cresceram as suas margens e dentro dela. A direção é de Gessyca Geyza, o texto e a assistência de direção de Bruno Alves e as atrizes criadoras são Gessyca Geyza, Nathaly Pereira e Wanderlândia Melo.
CIA TEATRO DA MEIA-NOITE

Fundada em 2001, a Cia teatro da Meia-noite é uma Associação com fins culturais que busca contribuir para o desenvolvimento da arte e cultura alagoana por meio da promoção, o planejamento e a execução de atividades artísticas, espetáculos, performances, realização de cursos, seminários, palestras, encontros, eventos e intercâmbios. A Cia Teatro da Meia-noite nasceu durante o processo de montagem do espetáculo Cinco para o Cadafalso. A Cia conseguiu marcar seu nome no panorama teatral de Alagoas e em algumas regiões do Brasil, pois passou por vários festivais de teatro nacionais, além de ganhar alguns prêmios e editais nacionais de fomento e montagem, devido à qualidade e apuro técnico de seus espetáculos.
Em 2005, a Cia foi premiada se tornando Ponto de Cultura, do Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, com o projeto Circo-Escola de Incentivo às Artes – C.E.I.A. Em 2006, foi contemplada com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, pelo espetáculo Barca do Inferno. Em 2007, apresentou A “Involução” do Homem, seu primeiro espetáculo com os alunos atendidos do Ponto de Cultura – C.E.I.A. Ainda em 2007, foi contemplada com o espetáculo Insônia no Prêmio BNB De Cultura. Em 2008, recebeu o Prêmio Interações Estéticas/Funarte, com o espetáculo Metafaces. Também em 2008, foi contemplada com mais dois Prêmios da Funarte De Teatro Myriam Muniz com os espetáculos Meu Pé de Fulô e Marina.
Nesses 17 anos da Cia, seus espetáculos já foram assistidos por mais de 200 mil espectadores em Alagoas e em outros Estados do País. O grupo também ministra oficinas de montagem e palestras que contribuíram para o surgimento e formação de novos grupos e de diversos profissionais de artes cênicas no Estado de Alagoas.
O espetáculo, encenado no Festal, Por um Triz é um mergulho interior na escuridão da alma da personagem, uma atriz se descontruindo, se desnudando das muitas máscaras adquiridas em seus anos de existência, na busca de sua própria face, ou quem sabe achar algum sentido em ser e estar, seja no ofício de atriz ou, simplesmente, enquanto indivíduo no mundo, numa espécie de peregrinação solo, de imersão profunda, viajando ao seu interior em busca de si mesma. Durante essa viagem, ela se perde nas lembranças e memórias de sua trajetória pessoal e profissional, desde os processos de construção de personagens aos seus dramas pessoais da vida que leva. A angustia de ser muitas e não saber mas quem se é ou o que se quer, tampouco no que se tornou a leva ao conflito de se dividir em “variações de si mesma” sem mais compreender o que sentir ou seguir, abandonar a convicção de “ser artista” devido a tantas inseguranças que o ofício lhe apresenta: a insegurança financeira, a ausência de apoio moral ou físico dos que a cercam, as plateias quase vazias, as presenças dos críticos ou, simplesmente, seguir os padrões impositivos da sociedade moderna, buscar a felicidade, a personagem vaga num mar de interrogações e inquietações numa espécie de labirinto escuro percorrido, numa viagem imprecisa sem bussola, mapas ou companhia. Ela está só, mas é como se estivesse perdendo a sua própria companhia e, em sua bagagem apenas; máscaras, memórias e incertezas.
O texto e a argumentação são de Julien Costa, que também assina a direção e a concepção estética, e Katia Rúbia, que compõe ainda o elenco do espetáculo. A concepção da trilha sonora, execução e iluminação ficam com Izácio. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

FESTAL – TRANSFORMANDO A CULTURA DO ISOLAMENTO


por Telma César
No dicionário Aurélio, festa é reunião alegre para fim de divertimento. Festival é uma grande festa. Também reunião artística para fins de competição.
Diversão e competição parecem atributos pequenos para a dimensão artística das Artes Cênicas. Entendendo o papel da arte em redimensionar a condição humana e, desse modo, capaz de “colocar o conhecido em risco”, proponho a revisão do significado da festa em nossas vidas e ir ao encontro do seu sentido mais ancestral e mítico, lugar onde a festa se dá como espaço de troca e re-significacão do cotidiano e do sentido da existência. Lugar onde a arte, em sua gênese, é parte constitutiva.
Pensar um festival de Artes Cênicas nesses termos significa pensar a troca entre sujeitos/agentes desse contexto como objeto norteador do seu sentido de existir. Até porque é a necessidade de comunicação a razão de ser da arte. Em um festival de Artes Cênicas, essa troca pode se dar em diferentes instâncias, a começar pela própria formulação do festival, isto é, pela sua concepção. Neste sentido, penso que o FESTAL só tem avançado nessa direção desde sua primeira edição em 2015 até hoje.
Fomentar a criação, facilitar a circulação de idéias e os debates de pensamento, promover o intercâmbio e, principalmente, garantir a diversidade de linguagens sem qualquer tipo de preconceito, são objetivos de um festival de arte que o Festal tem perseguido e conquistado.
Penso que a principal riqueza lançada pelo Festal e que devemos alimentar é a capacidade de refletir sobre as características próprias da nossa realidade sem estarmos presos a modelos de festivais existentes em outros estados. Aproveitarmos os diferentes talentos aqui existentes, posto que (ainda) não se reconhecem, pensando na importância da reverberação das ações desenvolvidas no Festival, não somente no agora, mas também a médio e longo prazo.
Entendendo o Festival como um sistema de produção de cultura, formado por diferentes fases da ação cultural que envolve produção, distribuição, mecanismos de troca e de usufruto das obras, na plenitude do entendimento de seus aspectos formais, de conteúdo, sociais e outros, estamos avançando cada vez mais na experiência de que esse sistema só funciona de maneira efetiva quando cada uma dessas fases estabelece comunicação. Aqui me coloco como participe dessa festa, ainda que timidamente, mas da qual tenho imenso orgulho enquanto alagoana e artista que sou. Se a vida do Festal será longa? Não penso que seja isso que importa no momento (apesar de aqui depositar meu desejo) posto que está sendo intensa e vivida em plenitude por seus participes nos afetos que produz, na intensidade das trocas produzidas, e na potência de transformação cultural que já demonstra face a capacidade de organização coletiva de uma classe artística!


Telma César é dançarina, docente da Universidade Federal de Alagoas e diretora da Cia dos Pés