Foto: Amanda Bambu |
Toni Edson é ator, dramaturgo, diretor, compositor e contador de histórias, doutorando (Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas / UFBA). Concentra sua pesquisa na contação de história na tradição djeli (Burkina Faso/África Ocidental) aplicada ao teatro de rua brasileiro. É membro fundador da Trupe Popular Parrua e do Grupo IWÁ e fez parte dos grupos Africatarina, Cachola no Caixote. Além de assumir diversas disciplinas voltadas para o teatro de rua e a contação de histórias, em cursos de graduação em artes cênicas em Santa Catarina, ministrou curso e oficinas como: Lendas Brasileiras para Contar e Cantar; Iniciação ao Teatro de Rua; Curso de Formação de Contadores de Histórias; Performatização Coletiva de Contos Africanos e Oficina Afro-contos; Oficina de Abayomis.
FESTAL: Há quanto tempo existe o grupo?
TONI: A Jahari Produções Artísticas, que produz o espetáculo, existe há cerca
de 6 anos, mas o grupo do qual faço parte é chamado Iwá, foi fundado na Bahia, em 2010, e agora, como moro em Alagoas e sou professor da Escola
Técnica de artes da UFAL, o grupo atua nos dois estados.
F: Como é que vocês definem o grupo? O que é conceitualmente, artisticamente?
T: Somos um coletivo que pesquisa a oralidade, primordialmente com
base em princípios africanos e ameríndios, atrizes e atores contadores de
histórias, e buscamos através da palavra falada e da canção expandir nossos
tentáculos e ressignificar o imaginário do público que nos assiste.
F: E como é que é o processo criativo de vocês?
T: Investigamos narrativas, principalmente de tradição oral, ou que vieram
da oralidade, criamos imagens e canções, e trazemos as histórias que são maiores
que nós para nossa embocadura e através da sugestão de elementos imagéticos e
vocais, nos tornamos ponte para a continuidade da transmissão oral.
F: Fala para gente sobre seu espetáculo.
T: No BICHOS, CANTOS E ENCANTOS reúno narrativas que conto há pelo
menos seis anos, algumas há quase vinte, e dos cinco solos com contos que
possuo, esse é o mais voltado para crianças. Costumo insistir que serve para
todas as idades, mas há elementos lúdicos e canções que conseguem tocar desde
os mais novos. O desafio, quando decidi reunir os contos, foi começar a trabalhar
com elementos físicos, objetos e miniaturas de animais. O espetáculo estreou
ano passado e já fez cerca de 70 apresentações em alguns estados do Brasil. No
FESTAL, será apenas a sexta apresentação em terras alagoanas, com muito
orgulho!!
F: Para você qual a importância do FESTAL na cena alagoana?
T: O FESTAL tem uma importância ímpar no sentido de união e trabalho dos
grupos, de visibilidade da arte alagoana em massa, e para as massas. O quesito
da formação do público é excepcional, o FESTAL possui uma diversidade de ações
e espaços que o tornam simplesmente IMPERDÍVEL, e o período do festival,
praticamente um mês, também fortalece o movimento teatral alagoano e deixa
marcas inestimáveis na sociedade.
F: Qual a expectativa acerca de sua participação no FESTAL 2017?
T: Entre contadores de histórias, dizemos que o(a) contador(a) precisa ir a
todos os cantos de nossas comunidades e como minha apresentação acontece numa
escola, minha responsabilidade é redobrada. Vou apresentar para os pequenos,
potenciais artistas ou apreciadores de arte e considero de suma importância
esse fato, porque vou entrar numa das casas deles, os espaços de formação
deixam marcas indeléveis em nosso caráter e gostos. Estou ansioso, e contente
com a possibilidade.
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