sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Entrevista

Saulo Porfírio, formado na Escola Técnica de Artes – ETA e estudante de Licenciatura em Teatro da UFAL. É ator na Cia Os Vers'artes e, além de atuar, está na direção do espetáculo teatral “Do Barro ao Sangue” que compõe a programação da 3ª edição do FESTAL. Conheça o grupo, sua trajetória, seu processo criativo e suas expectativas para o #FESTAL2017.
 
FESTAL: Há quanto tempo existe a Cia?
SAULO:
A Cia Os Vers'Artes existe há 4 anos. Logo após a formação na Escola Técnica de Artes-ETA. Contudo, seu trabalho tem estreia em 2016 com a peça intitulada “Do Barro ao Sangue”. O período de 3 anos foi um tempo para pesquisa, entrosamento, ajustes e firmeza na equipe. Muitos estavam na Cia, mas infelizmente pela dificuldade que temos de manter-se artista no estado, fez com que a grande maioria escolhesse deixar a Arte para um futuro mais estável.
 
F: Como é que vocês definem a CIA? O que é conceitualmente, artisticamente?
S:
É uma CIA que está encontrando, buscando seu espaço e sua forma de atuar no cenário artístico alagoano. Buscamos inovar e repensar o fazer teatral. Iniciamos nossa carreira com a busca da novidade. O texto da Rachel de Queiroz nos proporcionou isso ao permitir trabalhar com argila, dentro de uma linha de pesquisa, pois sabemos que essa é uma das matérias primas para artesanatos, com os Oleiros, casas de barros e se encontra na história do nosso coco-de-roda (dança). Na cultura do Nordeste.
 
F: E como é que é o processo criativo de vocês?
S:
  Foi com muito estudo no texto da Rachel de Queiroz, do fato histórico da sedição do juazeiro, oficina de preparação corporal. Com muita exaustão. Somos e queremos ser! Um grupo que sempre investiga e estuda para depois ir para cena.
 
F: Fala para gente sobre seu espetáculo.
S:
“Do Barro ao Sangue”, baseado em “A Beata Maria do Egito”, obra de Rachel de Queiroz, resgata elementos regionalistas e históricos, misturando emoção e divertimento. Conta, ainda, com músicas originais, de composição do músico Regis Curió, a cargo da sonoplastia. O espetáculo inicia com uma procissão como cortejo e apesar de se desenvolver numa delegacia, se mostra dinâmica do início ao fim, com direito a uma reviravolta. A história da Beata Maria do Egito questiona o espaço do bem e do mal nas relações humanas, retomando a máxima maquiavélica de que o “fim justifica os meios”. Dessa forma, além do aspecto do entretenimento, a encenação pretendida tem valor histórico, cultural e crítico. A adaptação cuja proposta é submetida traz os atores cobertos com barro, como elemento signo de pureza, religiosidade, da criação do homem, sendo comum em todo o nordeste e principalmente em nosso estado de Alagoas como matéria prima para criação de artesanato e casas de Pau-a-pique.

F: Para você qual a importância do FESTAL na cena alagoana?
S:
Visibilizar os grupos e artistas alagoanos fazendo-os conhecidos entre os de casa.
 
F: Qual a expectativa acerca de sua participação no FESTAL 2017?
S:
De crescimento e diálogo com os grupos. Para assim, criarmos uma rede para apanharmos peixes grandes e conquistarmos um grande rebanho de pessoas para apreciar o Fazer Teatral, os grupos e artista da casa, “Da Terra”.

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