Por Julien Costa*
Em 2011, a Companhia Teatro da Meia-noite celebrava 10 anos
de existência e, para celebrar uma década de resistência, resolveu fazer um festival
de teatro que recebeu o nome de I
Festival de Teatro da Meia-noite, apresentando o seu repertório de espetáculos.
Compreendendo a complexidade de organizar e executar um projeto
da proporção de um festival, no que se refere às questões de logística,
infraestrutura, recursos humanos e financeiros, desde a pré à pós-produção, a
Cia. da Meia-Noite percebeu que se fazia necessário agregar grupos e companhias
de teatro do estado para torná-lo um instrumento de intercâmbio, fomento,
fruição e difusão da produção local, além de tornar o projeto anual como parte
do calendário cultural da cidade de Maceió. Logo após a execução do Projeto da
1ª edição, em 2012, começou-se a construção da 2ª edição. A proposta foi enviada
para alguns editais, mas não fomos contemplados.
O tempo foi passando e outras prioridades foram surgindo,
tanto institucionais quanto pessoais. Cinco anos de inquietações depois, eis
que surge o mote para reacender a chama de realizar a 2ª edição: os 15 anos da Companhia Teatro da Meia-noite.
Em março de 2016, o projeto foi reelaborado e submetido por três meses a uma
plataforma de financiamento coletivo. Mais uma tentativa frustrada da captação
de recursos financeiros para a execução. No entanto, visitamos algumas
instituições para apreciação do projeto.
Entre elas, o SESC ALAGOAS e a DITEAL. Ambas as instituições firmaram
parceria conosco cedendo pautas para as apresentações.
A partir disso, repensamos o formato do festival, mudamos o
nome para FESTAL – Festival de Teatro de
Alagoas e fizemos uma convocatória pública nas redes sociais para os grupos
de Alagoas com a finalidade de explicarmos a nossa ideia. Tivemos a grata
surpresa de vários grupos comparecerem na primeira reunião presencial. Na
segunda reunião, tivemos mais grupos. Na terceira, já tínhamos a programação do
evento.
A ideia inicial do FESTAL
era de que todos os grupos participantes fossem realizadores, mesmo aqueles que
não estivessem com espetáculos ou não tivessem oficinas para ministrar. O
importante era o interesse de participar
da construção ideológica e prática, bem como a execução do projeto. Todos como
protagonistas da ação.
O FESTAL não é mais
apenas para celebrar o aniversário de uma companhia de teatro. Ele se
reformula, se transforma e se apresenta como uma ferramenta de integração,
congraçamento e fortalecimento do segmento de artes cênicas em Alagoas. O
FESTAL é a oportunidade de fazermos algo juntos! De propiciar a criação de uma
rede colaborativa e coletiva para o desenvolvimento de projetos que fortaleçam a
classe. O FESTAL é a oportunidade
dos grupos se conhecerem e permitirem se reconhecer como parte de uma
engrenagem. O FESTAL é a
oportunidade de transformar a realidade atual e nortear caminhos para exigir e cobrar
dos gestores públicos da cultura - nas esferas municipal, estadual e federal - a
viabilização das leis de incentivos para o desenvolvimento de projetos
sustentáveis da cadeia produtiva das artes cênicas no Estado de Alagoas.
Assim
nasceu o Festival de teatro de Alagoas
– a festa do teatro alagoano!
Evoé!
Vida longa ao FESTAL.
Julien Costa
*Ator, Diretor, produtor cultural, educador social e membro da Companhia Teatro da Meia-noite
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