quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Sobre o Festival de Teatro de Alagoas

Como nasceu O FESTAL?

Por Julien Costa*

Em 2011, a Companhia Teatro da Meia-noite celebrava 10 anos de existência e, para celebrar uma década de resistência, resolveu fazer um festival de teatro que recebeu o nome de I Festival de Teatro da Meia-noite, apresentando o seu repertório de espetáculos.

Compreendendo a complexidade de organizar e executar um projeto da proporção de um festival, no que se refere às questões de logística, infraestrutura, recursos humanos e financeiros, desde a pré à pós-produção, a Cia. da Meia-Noite percebeu que se fazia necessário agregar grupos e companhias de teatro do estado para torná-lo um instrumento de intercâmbio, fomento, fruição e difusão da produção local, além de tornar o projeto anual como parte do calendário cultural da cidade de Maceió. Logo após a execução do Projeto da 1ª edição, em 2012, começou-se a construção da 2ª edição. A proposta foi enviada para alguns editais, mas não fomos contemplados.

O tempo foi passando e outras prioridades foram surgindo, tanto institucionais quanto pessoais. Cinco anos de inquietações depois, eis que surge o mote para reacender a chama de realizar a 2ª edição: os 15 anos da Companhia Teatro da Meia-noite. Em março de 2016, o projeto foi reelaborado e submetido por três meses a uma plataforma de financiamento coletivo. Mais uma tentativa frustrada da captação de recursos financeiros para a execução. No entanto, visitamos algumas instituições para apreciação do projeto.  Entre elas, o SESC ALAGOAS e a DITEAL. Ambas as instituições firmaram parceria conosco cedendo pautas para as apresentações.

A partir disso, repensamos o formato do festival, mudamos o nome para FESTAL – Festival de Teatro de Alagoas e fizemos uma convocatória pública nas redes sociais para os grupos de Alagoas com a finalidade de explicarmos a nossa ideia. Tivemos a grata surpresa de vários grupos comparecerem na primeira reunião presencial. Na segunda reunião, tivemos mais grupos. Na terceira, já tínhamos a programação do evento.

A ideia inicial do FESTAL era de que todos os grupos participantes fossem realizadores, mesmo aqueles que não estivessem com espetáculos ou não tivessem oficinas para ministrar. O importante era o interesse de  participar da construção ideológica e prática, bem como a execução do projeto.  Todos como protagonistas da ação.

O FESTAL não é mais apenas para celebrar o aniversário de uma companhia de teatro. Ele se reformula, se transforma e se apresenta como uma ferramenta de integração, congraçamento e fortalecimento do segmento de artes cênicas em Alagoas.  O FESTAL é a oportunidade de fazermos algo juntos! De propiciar a criação de uma rede colaborativa e coletiva para o desenvolvimento de projetos que fortaleçam a classe. O FESTAL é a oportunidade dos grupos se conhecerem e permitirem se reconhecer como parte de uma engrenagem. O FESTAL é a oportunidade de transformar a realidade atual e nortear caminhos para exigir e cobrar dos gestores públicos da cultura - nas esferas municipal, estadual e federal - a viabilização das leis de incentivos para o desenvolvimento de projetos sustentáveis da cadeia produtiva das artes cênicas no Estado de Alagoas.

Assim nasceu o Festival de teatro de Alagoas – a festa do teatro alagoano!

Evoé!
Vida longa ao FESTAL.



Julien Costa
*Ator, Diretor, produtor cultural, educador social e membro da Companhia Teatro da Meia-noite

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