Abides de Oliveira é ator, produtor,
diretor, dramaturgo e jornalista. Com formação em teatro pela Universidade
Federal de Alagoas, ele é um dos fundadores da Cia LaCasa.
FESTAL: Há quanto tempo existe a Cia?
ABIDES: A
Companhia LaCasa foi criada em novembro de 2016. O grupo completará um ano em
novembro e para marcar o nosso primeiro ano de vida vamos estrear um novo
espetáculo.
F:Como é que vocês definem a Cia? O que é conceitualmente, artisticamente?
A: Definimos
a Cia como pessoas que amam as artes cênicas e querem fazer teatro. O nosso
fazer teatral será sempre universal, sem um estilo definido, sem uma
característica fechada. Nossa meta é sempre buscar novos experimentos e
conceitos. No nosso primeiro espetáculo fomos para a rua, com uma comédia.
Agora estamos no palco, em um trabalho de pesquisa e que traz questões atuais.
F: E como é que é o processo criativo de vocês?
A: Este processo muda de acordo com a
montagem proposta. Se na nossa peça de estreia A Mulher Braba, que é uma
comédia, buscamos elementos da comédia dell’arte e ritmos musicais do Nordeste,
no caso o forró, agora a proposta é outra com o nosso novo espetáculo, onde a
pesquisa e o estudo estão sendo maiores e o processo de montagem com uso de
técnicas voltadas para o drama.
F: Fala para gente sobre seu espetáculo.
A: A Mulher Braba é uma adaptação para o teatro
de rua do texto original, do século 14, O
Moço Que Casou com a Mulher Braba. Este texto, segundo estudos, inspirou
William Shakespeare a escrever A Megera
Domada. A peça é uma comédia e narra a peleja de um pai em casar sua filha,
uma moça arredia e indomável. Para o teatro de rua, a dramaturgia original
sofreu mudanças, ganhando mais leveza e comicidade.
F: Para você qual a importância do FESTAL na cena alagoana?
A: É um fortalecimento para as artes
cênicas de Alagoas. O teatro precisava de um evento como este, há anos. E o que
é melhor, uma iniciativa que partiu dos artistas e grupos locais. A tendência é
o festival crescer a cada ano em importância, contribuição artística e cultural
e em tradição no cenário local e também, acredito, regional e nacional. Os
grupos e artistas estão de parabéns pela coragem, união e determinação.
F: Qual a expectativa acerca de sua participação no FESTAL 2017
A: Será nossa primeira participação no Festal.
Ano passado, não foi possível estarmos presentes. Apenas acompanhamos e
assistimos aos espetáculos. Nesta edição, estamos na comissão de programação e
com a peça A Mulher Braba.
Mas nossa expectativa é contribuir da melhor forma possível na realização
do festival, seja na comissão de programação, seja na presença como membros da
organização no apoio e acompanhamento dos espetáculos, oficinas e ações em
geral, seja na apresentação de nosso espetáculo.
Vida longa ao Festal e a nossa arte cênica!
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