segunda-feira, 27 de agosto de 2018

O Festal sob as lentes das câmeras

A importância de se produzir o registro visual de uma ação como o Festal é inquestionável. Estamos fazendo história e ter o cuidado de capturar todos os momentos possíveis dessa aventura é um ponto que não pode ser negligenciado.

Nesse processo de construção dessa rede, buscar aproximação com profissionais sensíveis e, a priori, mais interessados em alavancar essa ideia do que assumir uma postura individualista e restrita à prestação de serviço, é sempre a melhor opção.

Com base nesse modo de operar, é possível afirmar que ao longo dessas últimas duas edições tivemos a alegria de andar em ótimas companhias quando o assunto é fotografia.

A Xanda Souza e o Nyrium são dois nomes muito especiais que tem nos acompanhado desde 2016 e contribuído sobremaneira não somente nesse processo de captura dos momentos de produção, mas também se colocado como verdadeiros colaboradores desse acontecimento que é o Festal.
Nyrium em ação no Festal 2017. Foto: Nivaldo Vasconcelos.

Tivemos uma rápida conversa com esses dois fotógrafos profissionais, para saber como eles enxergam o Festal e esse processo de fotografar espetáculos cênicos. Além disso, eles também deixaram algumas dicas para os grupos que tem alguma dificuldade para produzir o registro de seus próprios trabalhos.

Para Xanda, "O Festal não é apenas um evento de apresentações artísticas, é a união de pessoas que estão envolvidas em algo que infelizmente não vemos ser valorizada, a Arte".
O clique exato do Nyrium no espetáculo "A Granja dos Corações Amargurados", da Cia Claricena.

Sobre esse assunto, o Nyrium reconhece a validade do Festal enquanto uma ação importante para a classe, especialmente porque é uma iniciativa única realizada por aqui, no sentido de engajamento dos artistas e da produção. Mas ele também percebe algumas fragilidades a serem encaradas de maneira mais eficiente, sendo a comunicação um exemplo citado por ele.

Ainda assim, tanto a Xanda quanto o Nyrium afirmam que o Festal foi e tem sido um espaço de muito aprendizado para eles. Xanda encontrou no Festal uma ótima oportunidade de unir sua paixão pelo teatro com o amor pela fotografia. Como ela nos diz: "Com esse trabalho de registro de espetáculos, consegui ter mais conhecimento em relação ao trabalho de todos, tanto da produção quanto dos que estão em cena, então acabei tendo mais envolvimento e com isso mais aprendizado".
O Nyrium por sua vez, destaca seu aprendizado no processo de observação, o que o ajudou na agilidade com a câmera e com o foco, já que diante da dinamicidade da cena a iluminação pode mudar "num piscar de olhos".

O registro de espetáculos cênicos não é uma tarefa fácil. É preciso ficar atento para não desperdiçar os momentos. Nesse sentido, Xanda costuma reconhecer o espaço antes de começar o trabalho e também entender a ideia do diretor para saber o que é importante ser captado.
O olhar de Xanda Souza sobre o espetáculo "Dança Anfíbia", da Cia dos Pés.

Já o Nyrium chama a atenção para a relação com o público a fim de evitar chamar mais atenção do que a cena. Além disso, ele menciona a importância de se ter paciência para se esperar menos do ambiente e valorizar mais o próprio processo de registrar.

E para os grupos que por ventura não tem condições de contratar os serviços de um profissional para fotografar seus espetáculos e se sentem inseguros de assumir essa função, nossos queridos colegas explicam que hoje já é possível fazer um bom registro de um espetáculo usando celular ou alguma câmera mais simples. E sugerem que se tenham cuidado com a iluminação para evitar a produção de fotos nem muito claras nem muito escuras. Testar é sempre um bom caminho para isso.

Nyrium também sugere que se possível seja feito o registro de vários ângulos para não ficar restrito à visão frontal. E a Xanda chama atenção ainda para o fato de que é preciso ter em mente a clareza sobre a finalidade do registro e qual a ideia do trabalho, para que as imagens fiquem a contento.

Xanda Souza na frente das câmeras. Foto de arquivo pessoal.


E assim, seguimos contentes com a companhia desses dois profissionais que tem garantido um olhar sensível e atento sobre esse momento da história da produção cênica alagoana.

É importante mencionar que além da Xanda e do Nyrium, nosso grupo de fotógrafos também conta com alguns voluntários e interessados em investigar esse campo. São eles o Jadir Pereira, o André Cavalcanti e o Nivaldo Vasconcelos. Somos gratos pelo trabalho de todos esses amigos e parceiros que contribuem para a construção de múltiplas perspectivas sobre o que temos realizado com a Rede de Artes Cênicas de Alagoas.

Um comentário:

  1. Sou grata por essa oportunidade de estar envolvida, em tantos trabalhos lindos, realizados com tanto amor por esses artistas queridos.

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